Mundos do Trabalho: organizações, lutas coletivas e identidades |
Coordenadores: Paulo Fontes
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Resumo: O presente Simpósio propõe agregar trabalhos que
abordem questões relacionadas às formas de organização,
movimentos e lutas coletivas, bem como à construção
identitária e à consciência de classe dos trabalhadores.
Salienta-se que o mundo do trabalho é pensado de forma
ampla, abrangendo diversas formas de construções culturais e
de experiências dos trabalhadores. O Simpósio não prioriza
marcos temporais ou espaciais, pois se acredita que a
diversidade dos trabalhos contribui para o enriquecimento do
debate. O Simpósio é mais uma iniciativa do GT Mundos do
Trabalho, que se organiza nacional e regionalmente na ANPUH.
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Programação: |
04/08 - Segunda-feira - Tarde (14h às 16h)
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Anderson Rodrigo Tavares Silva
A civilização do manganês: o cotidiano de populações da vila Serra do Navio, Amapá (1955-1967)
A proposta pretende realizar uma análise do cenário no qual se instalou a empresa ICOMI (Indústria e Comércio de Minérios S. A) no então Território Federal do Amapá, a partir do estudo da história do cotidiano de suas populações residentes na vila Serra do Navio. Objetiva-se realizar, desta maneira, uma interpretação crítica da proposta de progresso e modernização para a Amazônia implementada por esta empresa de mineração ao longo de sua atuação no Amapá, a partir de experiências históricas de populações que conviveram na Company Town construída pela mesma perto das jazidas de manganês em Serra do Navio. O estudo investigará peculiaridades referentes as relações entre capital e trabalho em Serra do Navio, no sentido de compreender mais de perto as dinâmicas que envolveram a primeira Company Town da Amazônia. Para tanto, partir-se-á de um conjunto de evidências que apresentem vestígios sobre as vivências dessas populações em suas diferentes nuanças de classe, etnia e gênero, bem como, suas redes de sociabilidades, rivalidades e identidades; durante a primeira década de funcionamento deste empreendimento, indo, assim, de encontro aos estudos já publicados, de modo geral, que privilegiaram tão somente as elites locais.
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Juçara da Silva Barbosa de Mello
Experiências de consenso e resistência dos trabalhadores têxteis de Santo Aleixo.
Levando em conta, tanto a documentação histórica quanto a memória social de um grupo de operários do lugar chamado Santo Aleixo – referentes às décadas que se estendem de 1930 a 1960 – observamos o modo como se configurou uma situação sócio-cultural específica, a partir fundamentalmente da centralidade do trabalho fabril e da singular combinação de tempo, lugar e atores sociais. Ao nos dedicarmos a uma análise do cotidiano desses operários, em todos os seus múltiplos aspectos, pudemos observar como o discurso hegemônico foi interiorizado e reelaborado, materializando-se como uma cultura específica; e principalmente em que medida essa cultura, desenvolvida por entre “os poros da disciplina fabril”, atuou como um aspecto ativo na própria organização social do grupo, apontando para a presença de uma forte identidade coletiva. Entendendo a impossibilidade de uma análise que considere o cultural, o econômico e o político de forma dissociada, voltamos nossa atenção para o modo como o trabalho fabril, direta ou indiretamente, influenciou também a política local. Formas organizadas de resistência são observadas pela presença de um sindicalismo marcado por forte militância comunista que, em diversos momentos, obteve espaço e atuação significativos nas instituições políticas locais.
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Clarice Cassab
Morar: direito do trabalhador? Experiências de luta em torno da moradia.
O trabalho tem como objetivo discutir a questão urbana, e em especial o problema da moradia, sob a ótica das lutas sociais e numa perspectiva histórica. Para tanto, será feita uma rápida recuperação das políticas públicas de habitação destacando alguns dos instrumentos criados com o objetivo de solucionar a questão da habitação no Brasil. Intenta-se discutir os principais fatores que favoreceram o recrudescimento das contradições urbanas e, em particular, as questões referentes ao acesso à moradia popular no Brasil, no período de 1970 a 1980. Com este objetivo, busca-se compreender os impactos do agravamento da questão habitacional na organização dos movimentos de moradia. Habitação, neste trabalho, refere-se a todos os recursos que envolvem a moradia tais como iluminação, abastecimento de água, saneamento, segurança, transporte, bem como o acesso à saúde e educação. Mas além dessa dimensão objetiva também será levado em conta o aspecto subjetivo correspondente ao ato de habitar na medida em que o espaço da habitação e o ato de habitar se revelam enquanto criadores de uma identidade, sendo portanto um dos elementos necessários para a plena reprodução do trabalhador.
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Thiago Moratelli
Da Cidade-Luz para o Inferno da Noroeste. Trabalhadores recrutados na cidade do Rio de Janeiro e destinados às obras de construção de uma ferrovia de São Paulo e Mato Grosso, 1905 -1914
O texto aborda algumas formas de recrutamento de trabalhadores para as obras de construção da estrada de ferro Noroeste do Brasil nos estados de São Paulo e Mato Grosso. O empreendimento mobilizou operários de várias partes do Brasil e dos países da região platina entre os anos de 1905 e 1914. Do início ao fim das obras, a cidade do Rio de Janeiro configurou-se como um local importante de recrutamento de mão-de-obra. Vários engenheiros e empreiteiros eram oriundos ou mantinham negócios na capital federal, apesar de a ferrovia situar-se em paragens mais longínquas. Isso ajudou no deslocamento de operários de um lugar para o outro, mas não foi suficiente para garantir o suprimento de trabalhadores para a grande empreitada. Existia um amplo esquema de recrutamento. No Rio de Janeiro, os agenciadores miravam homens solteiros, acometidos em pobreza geral e sem qualificações. O processo foi afetado quando as condições de vida e de trabalho na ferrovia começaram a ser divulgadas pela grande imprensa, ao mesmo tempo em que o movimento operário local lutava contra o recrutamento. Os empreiteiros buscaram então o expediente policial. A corriqueira prática de expulsar indivíduos indesejáveis foi redirecionada. Muitos trabalhadores foram “deportados” para o “Inferno da Noroeste”.
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05/08 - Terça-feira - Manhã (10h às 12h)
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Marcela Goldmacher
Greves e organização operária no Rio de Janeiro da Primeira República
Durante a Primeira República os trabalhadores do Rio de Janeiro realizaram diversas greves. Estes trabalhadores possuíam uma diversidade de formas organizativas, dentre partidos políticos, associações mutuais, sindicatos. No presente trabalho trato de algumas destas greves. Mais especificamente, as greves tratadas são: a dos trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil, de 1892, a dos trabalhadores têxteis de 1903, a dos sapateiros de 1906 e a greve dos trabalhadores do Lloyd de 1913. Estas greves foram selecionadas dentre tantas outras por serem sintomáticas das mudanças organizativas por que passava o movimento operário nos períodos em que ocorreram como será demonstrado ao longo do texto. A análise das greves inclui dados sobre motivações, trabalhadores envolvidos, número de dias parados, registro de repressão, quando relatados pelas fontes ou por seu cruzamento. O objetivo principal é identificar as correntes organizatórias envolvidas nas greves e que tipo de direcionamento estas possuíam.
As fontes utilizadas para a elaboração deste texto são jornais operários e de grande circulação, assim como relatórios ministeriais e relatórios históricos e estatutos de fundação de associações operárias.
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Tiago Bernardon de Oliveira
Greves, Revolução e Sindicatos no Brasil (1917-1921)
Instigados pelas greves que eclodiram em diversos pontos do Brasil e pelas notícias dos avanços da Revolução Russa, militantes do movimento operário brasileiro, muitos dos quais ligados ao anarquismo, promoveram uma série de debates sobre a viabilidade de um processo revolucionário no país na virada da década de 1910. A proposta desta comunicação é apresentar alguns elementos que compuseram estes debates sobre as estratégias válidas para a concretização de tais objetivos, dando especial destaque à avaliação desses militantes quanto à função dos sindicatos no desencadeamento e sustentação do pretendido movimento revolucionário.
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FLAVIA FERNANDES DE SOUZA
Vivências Diversas, Experiências Compartilhadas: algumas reflexões acerca da constituição dos espaços sociais do trabalho na cidade do Rio de Janeiro no final do século XIX
A proposta desta comunicação consiste em apresentar parte das pesquisas que estão sendo desenvolvidas junto ao Programa de Pós-graduação em História Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro para a elaboração de nossa dissertação de Mestrado. Trata-se, então, de apresentar algumas reflexões em torno de nossas investigações sobre o serviço doméstico e o mundo do trabalho na cidade do Rio de Janeiro a partir dos anúncios com procuras e ofertas de empregos e de trabalhadores divulgados em jornais no período que se estende de 1870 a 1900. Assim, procuramos compreender aspectos das dinâmicas cotidianas envolvidas na constituição de alguns espaços de trabalho, que, ao incluírem trabalhadores de ambos os sexos e de diferentes idades, condições e origens, produziam um engendramento específico de vivências e experiências sociais, as quais articulavam relações de convívio, de solidariedade, de tensões ou de conflitos. Nesse sentido, partindo do pressuposto da existência de vivências diferentes e experiências partilhadas entre os universos do trabalho escravo e do trabalho livre, objetivamos recuperar elementos acerca das composições, das relações e das identidades socialmente construídas no âmbito do trabalho urbano na cidade do Rio de Janeiro no final do século XIX.
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rafael maul de carvalho costa
Trabalhadores livres e a luta pela abolição na cidade do Rio de Janeiro nos fins do XIX.
Escravidão de fato e escravidão moral: duas faces da exploração percebidas pelos trabalhadores cariocas no século XIX. O objetivo desta comunicação é discutir a participação de trabalhadores urbanos assalariados no processo de abolição da escravatura no Brasil, tomando como base a experiência da cidade do Rio de Janeiro. Considerando o processo em questão como um movimento histórico composto por diversos movimentos sociais, grande parte das vezes inter-relacionados, o foco está na atuação de um segmento que costuma ser visto apenas de maneira periférica quando se trata do debate em torno da abolição. Os diversos grupos sociais que se articulavam apresentavam interesses e efetuavam ações muitas vezes contraditórias, evidenciando suas diferenças e marcando as relações estabelecidas por eles. Em meio às ações organizadas por escravizados e libertos, e por setores médios urbanos; enquanto o debate parlamentar cada vez mais pautava a necessidade da abolição; crescia na cidade o número de trabalhadores assalariados – nacionais e estrangeiros – que não estavam alheios à toda movimentação que acontecia pelas ruas da Corte imperial. De fato veremos como estes trabalhadores – ou pelo menos uma parte organizada deles – estava relacionada com os outros grupos deste movimento histórico.
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05/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 16h)
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Mariana Bruce Ganem Baptista
As Misiones Sociales na Venezuela: Revolução Bolivariana em Debate
Depois do Caracazo em 1989 e de uma tentativa de golpe de Estado em 1992, em 1998, Hugo Chávez Frias foi eleito presidente da Venezuela, iniciando-se então a chamada Revolução Bolivariana. Tomando por base o ano de 1998, quando se inicia, trata-se já de 10 anos de um processo que não podem ser explicados apenas pelas vontades de um presidente. Sendo assim, a proposta é fazer um estudo que combine "políticas desde arriba" e "de abajo", para usar os termos de Steve Ellner, com intuito de compreender as bases sociais nas quais esse processo se sustenta, pois existe um corpo político e crítico na sociedade que também dita seus rumos.
Nesse sentido, as chamadas Misiones Sociales cumprem um papel fundamental na formação destas bases e, por essa razão, centrar-me-ei, em grande medida, neste aspecto específico da Revolução, analisando os avanços e limites, contribuições e contradições.
Acreditamos que, assim, poderemos avaliar se as transformações proclamadas no âmbito do discurso se materializam na prática nos termos de um processo reformista-revolucionário ou se não passam apenas de um enunciado retórico.
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Leonardo Ângelo da Silva
“Meu candidato é o asfalto”.O processo de construção de uma nova hegemonia na contramão da cidadania (Volta Redonda, 1993-2004).
A proposta deste trabalho é problematizar a transformação e decorrente reestruturação política e social sofrida pela cidade de Volta Redonda após a privatização da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), ocorrida em 1993. A reestruturação atingiu várias esferas da realidade além da produção e implicou na construção de uma nova identidade para a cidade e seus cidadãos. Esquecer o passado e seus ícones, construir novos ícones e validar um novo discurso, processo viabilizado através da construção do Estádio da Cidadania (2004) que pode servir como marco da consolidação da nova hegemonia local, depois dos anos de crise. Então, dentro de mecanismos verticais, construiu-se uma "cidadania" para um "cidadão" que de sujeito agente da sua história passa a expectador, receptor das benesses concedidas pela prefeitura e pela CSN. A luta de classes é ideologicamente ocultada. O foco dessa comunicação é discutir o sentido dessas transformações sofridas na cidade, em uma perspectiva que permita perceber um processo de construção de uma nova hegemonia do capital que cataliza e dissimula a luta de classes, a fim de evitar e dirimir conflitos.
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Eduardo Ângelo da Silva
Memória da Greve de 88: percepções operárias frente a uma memória oficial e outras possibilidades de investigação
O presente trabalho pretende analisar a memória social sobre a greve de 1988 ocorrida na Companhia Siderúrgica Nacional, uma das mais importantes ações de resistência e confronto dos trabalhadores na década de 80, a partir das percepções de operários e ex-operários da CSN sobre o fato. Objetivamos, através das entrevistas realizadas, perceber os processos de identificação destes trabalhadores com as lutas de um passado recente após as intensas transformações ocorridas no mundo do trabalho, sentidas no Brasil principalmente a partir da década de 90. Com a privatização da Usina Presidente Vargas, em 1993, a cidade de Volta Redonda reflete estas transformações intensamente. A reestruturação produtiva da usina fortalece a mescla de superexploração dos trabalhadores e grande acúmulo de capital. Procurando contextualizar historicamente as entrevistas assim como a Greve de 88, confrontamos as memórias individuais ao fato histórico em questão, o que permitiu a identificação de diferentes percepções operárias acerca da Greve de 88 e contribuiu para a problematização de suas relações com as disputas em torno de uma memória oficial, além de suscitar possibilidades de investigação sobre as relações entre os trabalhadores do coletivo operário da CSN nas mobilizações da década de 80.
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Marco Marques Pestana de Aguiar Guedes
O direito ao lazer: sociabilidade operária para além da fábrica e consciência de classe
O presente trabalho tem por objetivo primacial analisar as imagens das associações recreativas de trabalhadores construídas e veiculadas por periódicos de extração operária, no Rio de Janeiro das duas primeiras décadas do século XX. O caráter ordeiro dos sócios e eventos das ditas associações, que predominava como argumento nas notícias dos referidos periódicos, contrastava diretamente com o que era apresentado pelos jornais ligados às classes mais abastadas, os quais não se furtavam a associar lazer operário a baderna e criminalidade. A hipótese adotada, largamente ancorada nas contribuições de Hobsbawm e Thompson para a História do Trabalho, é a de que o procedimento de se apresentar uma imagem positiva de dignidade do trabalhador possuía dois objetivos fundamentais: de um lado, atrair mais trabalhadores para espaços de sociabilidade da classe; de outro, facilitar a obtenção, pelas próprias associações, das licenças de funcionamento junto à autoridade policial da Capital Federal. Dessa forma, buscava-se garantir a existência, legal e efetiva, de espaços nos quais os trabalhadores pudessem de maneira agradável, gratuita e, portanto, atraente, expandir a comunidade de experiências vivenciada nos locais de trabalho, fomentando, assim, um maior sentimento de união e companheirismo.
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Carolina de Abreu Marques Henriques
O escravo em Goiás do século XVIII e a decadência da mineração
Relacionando a decadência da mineração aurífera em Goiás do século XVIII com a escassez de mão-de-obra escrava, pretendemos expor nesse trabalho as diferentes bibliografias referentes ao tema. Tomando como fonte a documentação contida no Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), autores do Goiás colonial e relatos de viajantes do século XIX, queremos elucidar as diferentes interpretações sobre o fenômeno da referida decadência. Queremos expor o principal argumento em comum das nossas diferentes fontes, que é a falta de mão-de-obra escrava nas fabricas de mineração e o isolamento da capitania. Embasamos o presente trabalho em fontes contemporâneas à dita decadência, viajantes que perceberam tal decadência meio século após o fenômeno e historiadores do final do século XX e inicio do século XXI que tratam do referido tema.
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SERGIO MARTINS PEREIRA
Sindicalistas, privatização e outras histórias: o caso da Companhia Siderúrgica Nacional
Resultado de minha tese de doutorado, este trabalho enfoca a experiência “dentro e fora da fábrica” de militantes do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda (SMVR) em um momento particular de sua trajetória: a transição entre os anos 1980 e 1990. Nesse período, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), principal base de trabalhadores do sindicato, foi alvo de um considerável processo de redução de pessoal cujo horizonte seria sua privatização.
Apesar do forte envolvimento com setores combativos em evidência nos anos 1980 (Igreja Católica, PT, CUT), parte dos militantes do SMVR se apresentaria na década seguinte como favoráveis à privatização da CSN, conquistando o sindicato em 1992.
A identidade coletiva dos trabalhadores da Cidade do Aço e seu legado de lutas seriam esquecidos, apropriados ou reinventados no contexto dos anos 1990?
A disputa interna pelo poder estabelecida entre as lideranças do SMVR; as bases sociais que constituíram o sindicato e alimentaram essa dinâmica conflitiva e; o lugar ocupado pelas trajetórias e projetos pessoais nessa mesma dinâmica foram alguns dos elementos reunidos para a análise da trajetória recente dos trabalhadores e sindicalistas de Volta Redonda.
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Luiza Mira Rezende Muniz
O Imaginário Social do Mundo do Trabalho no Governo Vargas: Identidade e Aptidão para o Ensino Industrial
No início da industrialização do país, nos anos de 1930, foram apropriadas uma série de teorias e conceitos que visavam à organização racional do trabalho nas esferas públicas e privadas, decorrentes das propostas políticas do movimento que levou Vargas ao poder. Esta pesquisa procura investigar as formas através das quais tais teorias ganharam corpo na Escola Técnica Nacional (criada em 1942), tida pelo Ministro da Educação Gustavo Capanema como a escola-padrão do ensino industrial, pois quando o governo de Vargas decidiu realizar uma ampla reformulação do ensino profissional e técnico-industrial, os testes psicológicos obtiveram especial relevância no processo de seleção e matrícula dos alunos justamente porque, ao mesmo tempo, estava se tornando hegemônica a concepção que atribuía ao saber psicotécnico a condição de avaliar de forma científica as aptidões dos trabalhadores, no âmbito das medidas político-administrativas que buscavam a otimização do processo produtivo. A idéia, de acordo com Celso Suckow da Fonseca, diretor da ETN naquele período (1943-1951), era que com a implantação da psicotécnica seriam matriculados os mais capazes, aqueles que melhores aptidões específicas revelassem para aprendizagem do ofício e para sua posterior utilização no trabalho das fábricas.
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Claudiane Torres da Silva
Justiça Do Trabalho e Ditadura Civil-Militar no Brasil (1964-1985): um perfil da atuação do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro.
Em alguns regimes autoritários na América Latina, como a Argentina ditatorial de 1976, podemos observar a insegurança diante da inexistência de regras formalizadas ou da conseqüência das interpretações dessas regras e como poderiam ser aplicadas na população. No entanto, a ditadura brasileira se distinguiu também pela importância que a esfera jurídica assumiu nas relações de dominação política. Teve uma preocupação especial com a formulação de regras e uma possível razão para a “manutenção das formas tradicionais” da política brasileira teria sido a de um passo intencional que visava às elites e à classe média, cuja cultura política incluía uma preocupação com o estado de direito e uma expectativa de que ele seria respeitado. O presente trabalho pretende aprofundar essa questão ao discutir a atuação da Justiça do Trabalho durante a ditadura civil-militar (1964 a 1985). Para alcançar esse objetivo proponho o estudo das ações jurídicas do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro relacionadas às mudanças e características legais ocorridas durante a ditadura tendo ação direta nos interesses da população e do patronato. Essa escolha deve-se ao fato de representar uma instância que dá jurisprudência na área do Direito do Trabalho, já que as ações fogem do ordenamento jurídico.
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06/08 - Quarta-feira - Manhã (10h às 12h)
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caroline araújo bordalo
A política no sertão pernambucano: notas a partir das trabalhadoras rurais
Os movimentos de mulheres trabalhadoras rurais surgidos na década de 1980 trouxeram à tona dimensões novas às lutas sociais do meio rural, agregando novas questões à complexidade das ações coletivas levada à cabo tanto pelos sindicatos rurais com pelos movimentos de luta pela terra. Entretanto, o presente estudo parte da premissa fundamental de que impor uma leitura estritamente focada na ‘questão de gênero’ significa um anacronismo histórico na medida em que grande parte das primeiras iniciativas e mobilizações não traziam essa bandeira, construída em meados dos anos de 1980 no âmbito destes movimentos. Nesse sentido, o presente trabalho analisa a emergência do Movimento de Mulheres Trabalhadoras do Sertão Central de Pernambuco no ano de 1982. Tal movimento surge a partir de mobilizações pela participação feminina nas chamadas ‘frentes de trabalho’ e, apesar de serem um ‘movimento’, possui desde os seus primeiros momentos até os dias atuais uma relação estreita com o sindicalismo pernambucano de uma das federações mais atuantes no Brasil, a FETAPE. Desse modo, a pesquisa analisa os processos de emergência deste movimento, sua consolidação bem como busca problematizar categorias e leituras fundamentais acerca das lutas e ações coletivas dos trabalhadores rurais no Brasil.
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Camilo Buss Araujo
Política e eleições em Florianópolis (1945-1964): possibilidades de análise a partir do associativismo civil e das sociabilidades dos trabalhadores
Pretende-se mostrar as possibilidades de estudo das relações sociais e políticas entre o período de 1945 e 1964, pensando os espaços de sociabilidades dos trabalhadores como fundamentais para compreensão política do período. O fim do Estado Novo e retorno das eleições ofereceram a possibilidade dos trabalhadores escolherem seus representantes e influenciar no destino político do país. Com isso, abriu-se um campo de disputa onde as diversas legendas procuravam, de modos diversos, construir uma imagem que galgasse seus políticos à condição de representantes da população. Neste sentido, as tramas políticas estavam permeadas de ambigüidades e negociações, compostas pelas expectativas dos trabalhadores no atendimento de suas demandas e dos grupos políticos na busca do reconhecimento popular. Entretanto, os diálogos não ficavam restritos ao espaço sindical. Para se entender as dimensões da política do período é necessário observar também os espaços de moradia e o associativismo civil. Sendo assim, o trabalho pretende levantar possibilidades de análise da política na cidade de Florianópolis, como forma de entender como as relações tecidas nos vários ambientes forjam identidades, atenuam divergências ou reforçam tensões e a partir de quais referências os trabalhadores definem seu voto.
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Alejandra Luisa Magalhães Estevez
Os movimentos católicos leigos e a ditadura militar
Este trabalho analisa as atividades da Juventude Operária Católica (JOC) e da Ação Católica Operária (ACO) durante a ditadura militar. Ambos os movimentos, constituídos por trabalhadores católicos leigos, ao longo desses quase vinte anos, vivem, de um lado, o embate com setores de cunho mais tradicional da Igreja católica e, de outro, uma aproximação com grupos de esquerda atuantes no meio operário. Essa experiência é marcada, portanto, pelo que chamamos de “ecumenismo ideológico”, ou seja, por uma aproximação desses trabalhadores católicos com organizações tidas até então como inimigas ou radicalmente opostas a seus objetivos. Em vista disso, essa conjuntura é importante para percebermos a atenção que a polícia política dispensou a esses movimentos católicos e o tratamento que dispensou a eles, influenciando de maneira decisiva a relação entre Igreja e Estado no período. A metodologia aqui aplicada baseia-se na análise de documentos oficiais produzidos pela JOC e pela ACO, bem como pela própria CNBB, juntamente com a aplicação da História Oral, através da realização de entrevistas com 14 pessoas que viveram esse contexto.
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06/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 16h)
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Alexandre Fortes
Revendo a relação entre movimento operário e Estado na América Latina: O Sindicalismo Classista no México, Argentina e Brasil
Esta comunicação tem como objetivo examinar o modo como a ênfase em atores sociais vinculados às classes trabalhadoras e à autoconstrução de sua identidade política possibilita captar novas nuances e matizar análises tradicionais sobre o processo histórico latino-americano na chamada “Era Populista”. Uma dos aspectos da trajetória do movimento operário latino-americano no período que só recentemente vem sendo valorizado a partir de estudos monográficos diz respeito ao desenvolvimento de um campo de discurso e ação sindical que designaremos provisoriamente de “classista”. Na nossa pesquisa sobre a formação do Distrito Industrial de Porto Alegre, encontramos nos depoimentos orais e escritos de militantes sindicais os elementos fundamentais para a distinção desta forma de abordagem em relação à perspectiva mais tradicional, que considera a cultura sindical uma decorrência do predomínio de uma orientação ideológica externa. Nossa hipótese é de que o mesmo procedimento pode ser aplicado ao México e à Argentina, possibilitando um quadro comparativo refinado e nuançado que pode lançar novas luzes sobre o tema.
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CRISTIANE MUNIZ THIAGO
As experiências de trabalhadores gráficos na arena da Justiça do Trabalho
Através de processos da Justiça do Trabalho, depositados no Centro de Memória, Arquivo e Cultura do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª região (Campinas - SP), iniciamos nossa investigação nas fontes do Judiciário para pensarmos, a partir de diferentes aspectos, a classe trabalhadora. O objetivo da pesquisa é discutir os limites e possibilidades da utilização dos processos trabalhistas como fonte histórica, bem como problematizar o olhar dos operadores do direito na construção de um imaginário sobre os trabalhadores. As representações que os autos trazem dos conflitos sociais entre trabalhadores e patrões, sob a intermediação do judiciário, são o nosso principal elemento para a análise de dois processos trabalhistas iniciados em 1985. Após sete anos de funcionamento, a Gráfica Bom Sucesso encerrou suas atividades e demitiu seus funcionários. Dois operários da gráfica (um tipógrafo e um impressor) recorreram à Justiça do Trabalho (em ações distintas, mas proferidas pelo mesmo advogado) para receber dívidas trabalhistas. Apesar de terem muito em comum, o desfecho dos dois casos foi antagônico, permitindo problematizar as diferentes experiências dos trabalhadores na Justiça do Trabalho e a maneira como o judiciário constrói uma imagem dos conflitos de classe.
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gustavo das neves bezerra
Identidades e Disputas de Classe no Brasil Recente: “Autonomismos” Versus “Parasitismos”
A pesquisa tem como objetivo inquirir sobre alguns determinantes da re-fragmentação da classe trabalhadora a partir da década de 1990. Buscaremos evidenciar o arcabouço simbólico acionado nos embates políticos que determinaram tal processo. Do mesmo modo como Thompson chamou atenção para o fato de que a Revolução Industrial não foi imposta sobre material bruto, mas sobre “ingleses livres”, julgamos pertinente considerar que as medidas neoliberais atingiram trabalhadores brasileiros que não lutavam apenas por melhorar suas condições materiais, mas por se tornarem cada vez mais autônomos e ativos. A valorização do ativismo autonomista teria sido construída por oposição às noções de parasitismo e paternalismo social que lhes evocava não apenas a histórica tutela do Estado sobre os sindicatos, a própria existência de uma ditadura que buscava regular a sociedade civil em múltiplas dimensões. Partimos do pressuposto de que o ideário neoliberal soube agenciar este arcabouço cultural em seu favor, redirecionando a crítica do autoritarismo para o funcionalismo público e para o arremedo de Estado-Providência esboçado pela Constituição de 1988. O êxito de tal discurso político teria concorrido para rachar a aliança de classes entre white collars, proletários e lumpenproletários no país.
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Thiago Cavaliere Mourelle
O trabalhismo de Pedro Ernesto: limites e possibilidades no Rio de Janeiro dos anos 1930
Este trabalho parte das análises da historiografia brasileira sobre o populismo e o trabalhismo para compreender o governo de Pedro Ernesto Baptista, interventor federal no Rio de Janeiro (1931) e primeiro prefeito eleito da história da cidade (1935). Com um projeto político inovador, Pedro Ernesto investiu na saúde, na educação e priorizou a criação de leis trabalhistas.
A imensa popularidade de Pedro Ernesto assustou não apenas organizações de direita, como a Igreja Católica e a Ação Integralista Brasileira (AIB), mas também as de esquerda. O Partido Comunista do Brasil (PCB) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL), por exemplo, viam o prefeito como um rival na busca pela adesão dos trabalhadores a seus projetos políticos.
O prefeito, antigo aliado de Vargas, aos poucos passou a ser visto pelo governo federal como uma ameaça. Pedro Ernesto acabou sendo preso sob a acusação de participação na chamada "Intentona Comunista" de novembro de 1935.
Logo, o trabalhismo, apontado por Ângela de Castro Gomes como tendo se consolidado no ano de 1943, teve uma experiência significativa antes disso, com Pedro Ernesto. Experiência essa que antecedeu e serviu de laboratório para a estratégia trabalhista adotada por Vargas posteriormente, no Estado Novo.
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07/08 - Quinta-feira - Manhã (10h às 12h)
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Marcelo Badaró Mattos
Associações culturais, lieteratura militante e consciência de classe no Rio de Janeiro do início do século
O objetivo desta comunicação é apresentar de forma sintética os resultados até aqui alcançados por uma pesquisa em curso sobre manifestações culturais - com ênfase na literatura militante - e formas associativas desenvolvidas pela classe trabalhadora carioca, na virada do século XIX para o XX, com fins educativo-culturais - do tipo bibliotecas, centros de cultura social, ou mesmo recreativas. O propósito da investigação é localizar os vínculos estabelecidos entre as formas associativas e os movimentos tradicionalmente estudados como parte da história do movimento operário e as demais formas de sociabilidade coletiva e manifestação cultural que igualmente contribuíram para a socialização de valores, tradições e identidades constitutivas da consciência de classe em formação naquele período.
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David Patrício Lacerda
Experiência associativa no Império: sociedades mutuais de trabalhadores livres na cidade do Rio de Janeiro (segunda metade do século XIX).
Esta comunicação examina a experiência associativa entre os trabalhadores livres urbanos, a partir da análise das sociedades de auxílio mútuo estabelecidas na cidade do Rio de Janeiro ao longo da segunda metade do século XIX. Privilegia as associações que se organizavam por categorias profissionais, tais como, sapateiros, alfaiates, ourives, gráficos, cocheiros, marceneiros e carpinteiros, barbeiros e cabeleireiros; e por ofícios vários, a saber, artistas mecânicos e liberais, artífices da construção naval, liga operária, entre outras, observando mais detidamente o modo como se constroem os laços verticais e horizontais de solidariedade. Para além dos substanciais avanços da história social do trabalho na abordagem do fenômeno associativo no Brasil, que tem chamado a atenção para as manifestações culturais dos trabalhadores, pretende-se apresentar as possibilidades de investigação oferecidas pelo conjunto de fontes que serão utilizadas na pesquisa, que está sendo desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em História da Unicamp.
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Júlia Monnerat Barbosa
A URSS de Graciliano Ramos e Jorge Amado: Militância política e produção literária.
Pretendemos, com a análise de dois relatos de viagens à antiga URSS, elaborados por Jorge Amado (1948-9) e Graciliano Ramos (1952), pinçar algumas representações da URSS elaboradas por esses escritores militantes do PCB para assim tentar compreender algumas instâncias da relação partido-escritor.
As fontes primárias de que nos servimos para a confecção deste texto são os livros Viagem de Graciliano Ramos e O Mundo da Paz de Jorge Amado, elaborados entre o final da década de 40 e o início da década de 50 do século XX, ambos escritos em período de militância comunista declarada dos autores e frutos das viagens feitas por eles como representantes classistas da categoria de escritores brasileiros.
Jorge Amado realiza sua primeira viagem na virada do ano de 1948 para o ano de 1949 e escreve entre os anos de 1949 e 1950. Graciliano Ramos visita a URSS em abril de 1952, e as notas tomadas durante sua viagem começam a ser transformadas em livro em maio do mesmo ano. No entanto, o autor morre antes de sua conclusão, sendo a publicação póstuma, de setembro de 1954.
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07/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 16h)
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Marlúcia Santos de Souza
Museu Vivo do São Bento
Museu Vivo do São Bento
Objetivando a revitalização dos espaços significativos para a História da Baixada Fluminense, o Centro de Referência implementou um projeto de estruturação e dinamização do MUSEU VIVO DO SÃO BENTO. O presente museu de percurso promoverá o desenvolvimento de ações de preservação e de valorização patrimonial do conjunto territorial, arquitetônico, ambiental e arqueológico do São Bento. O eco museu referido é considerado um importante lugar de memória que guarda vestígios da presença de populações nativas brasileiras como a dos povos das conchas( sambaquis) e os tupinambás. Na região, que hoje constitui o bairro São Bento no segundo distrito do município de Duque de Caxias, também encontram-se referências patrimoniais da ocupação portuguesa na região como a fazenda São Bento de Aguassu e a Igreja N. S. do Rosário erguidas a partir do final do século XVI, assim como edificações relativas ao projeto getulista de assentamento agrícola conhecido como Núcleo Colonial São Bento implantado em 1931. Essas múltiplas temporalidades nos permitem conceber o projeto como um Eco Museu onde a História e a Identidade locais dialogam com as grandes questões nacionais e onde a ação da Educação Patrimonial pode nos permitir discutir cidadania e alteridade cultural.
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Antonio Augusto Braz, Fatima Bitencourt David
Projeto Roda de Memórias. História da Educação. Depoimentos em Vídeo
O Centro de Pesquisa, Memória e História da Cidade de Duque de Caxias/Baixada Fluminense ao implementar o Projeto Roda de Memórias. História da educação. Depoimentos em Vídeo busca assegurar a Memória, a História e o registro de importantes experiências no âmbito das Instituições Educativas, da História do Cotidiano, da História Política numa combinação entre o vivido e o concebido (Alberti, 1996). Do ponto de vista metodológico, a entrevista com o depoente oferece uma imediata sensação de com ele reviver o passado, estabelecendo a continuidade com o que não volta mais (Alberti, idem). Essa possibilidade de ligação exerce um fascínio do vivido (Alberti, idibem) ao propiciar a sensação de vivacidade do passado. Entretanto esse fascínio inevitável não nos permite imaginar que "possam existir filmes sem cortes e edições". A construção de um Projeto de História Oral objetiva a centralidade e o compromisso com a pesquisa e o registro dessas importantes experiências, constituindo-se um recurso valioso para uma política de documentação. O projeto tem por eixo a valorização da experiência individual, da memória, do cotidiano, das práticas sociais, ao mesmo tempo em que se realiza um esforço vigoroso na garantia do retorno da noção de sujeito histórico.
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